sexta-feira, 23 de março de 2007

A tentativa de arrendar a primeira casa em Luanda

Comecei então, em Setembro de 2006, a minha etapa de procurar um apartamento na cidade de acordo com o “plafond” disponibilizado pela empresa. Sem muita paciência para ver casas, a primeira que vi pareceu-me ter ficado completamente apaixonado (provavelmente por não querer andar muito tempo à procura). A sua localização é magnifica, junto ao melhor hotel de Luanda e praticamente de frente para o escritório, ou seja, salvação para o carro em não ter que apanhar trânsito, mas talvez o risco de atravessar a estrada a pé! Uma casa grande de três assoalhadas com uma vista fascinante sobre a fortaleza e a baía de Luanda de fazer inveja a qualquer um.

Mas, parece que tive azar com o senhorio!! A casa devia estar pronta no inicio de Outubro e passado um mês a casa ainda se mantinha exactamente na mesma. Nesse momento, faltava ainda a instalação das canalizações, arranjar uma parede do quarto, colocar uns vidros, etc., situações que se mantiveram ao longo de toda a negociação com o senhorio. O senhorio quis falar comigo e vêm me dizer que já não tem dinheiro para fazer mais obras e só me pede para lhe dar mais dinheiro para continuar. Não adianta dizer que eu me responsabilizo pelas restantes obras e depois lhe debito o valor nas próximas rendas, não!!! Isto para ele não chega!!! Ele quer mesmo o dinheiro para continuar as obras, mas não deve ser só as obras de para onde eu iria morar!!! Sabendo eu que ele estava a construir uma outra casa daí que se está mesmo a ver para onde vai o dinheiro...

Andei num impasse com o senhorio, visto ele ter o dom de marcar inúmeros encontros comigo para falarmos mas não aparece em nenhum, e até tenho pena dele, porque a vida dele deve ser só problemas considerando que tinha sempre uma desculpa nova para justificar o não aparecimento...

As desculpas resultam sempre em óbitos!!! Ou faleceu alguém da parte do pintor e ele não pode vir ou o motorista dele numa província atropelou 3 pessoas que faleceram e agora é ELE e não o motorista, que tem que pagar aos familiares, que lhe pedem USD 6 000 cada, depois é o funeral dessas mesmas pessoas que pelos vistos ele deve conhecer para marcar presença num funeral. E continuando por aí, telefonar e não atenderem ou atender a sua esposa é o mais normal.
Finalmente se chegou a uma conclusão!!! O senhorio quis mesmo falar comigo e dizer que era urgente e um assunto muito sério!! Ao vir ter comigo ao escritório, começa a falar dos seus problemas financeiros e que com isso teve que vender a casa. Só me deu vontade de rir na cara dele quando lhe pergunto o valor que ele vendeu a casa que eu até podia estar interessado quando ele não me quis dizer, alegando que foi um valor tão baixo que até tinha vergonha de dizer. Logicamente que a casa não foi vendida mas sim apareceu alguém que lhe ofereceu uma renda superior e ele seguiu o cheiro das notas verdes...

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