quinta-feira, 10 de maio de 2007

Trovoadas em Luanda

Não sou especialista para explicar o fenómeno das trovoadas mas como habitante em Luanda, e estando ainda na época das chuvas, após o meu regresso, houve uma tempestade enorme que nem sei bem como descrever...

Ora, por volta das quatro horas da manhã começou a haver uns relâmpagos que entrava um clarão enorme dentro do quarto que nem as cortinas do hotel conseguiam evitar!!! E quando chegava a parte do estrondo, bom, do estrondo posso indicar que o hotel abanava todo!!! Por acaso eu até não tenho medo de trovoada mas aqui mete respeito. Posso indicar que as lâmpadas e tomadas do meu quarto ficaram todas sem funcionar!!!


Vim a saber que houve um dos raios que atingiu uma escola em que as tomadas de electricidade desta saltaram todas fora... Se acham que não é assustador pois eu acho...


Nos dias em que acontece estas chuvadas imaginem só de como ficam as estradas e o trânsito...
As ruas ficam sem divisão entre passeios e alcatrão pois a água é tanta que não tem onde se absorver e diguemos que os esgotos ainda não funcionam muito bem...

O casamento dum amigo em Portugal

No fim-de-semana antes do meu regresso a Angola tive o casamento de um grande amigo. Ora, claro está que casamento sem álcool não é casamento e ainda mais quando eu nem sequer iria conduzir!!!

A brilhante aventura começou logo na igreja quando o padre (o brilhante artista) conseguiu fazer com que a noiva subisse ao altar sem a presença dele!!! A razão apontada pelo padre era que só entraria na igreja quando tudo estivesse em pleno silêncio. Após o silêncio lá entrou o padre com um início estonteante! Ocupou dez minutos do acto do casamento a mencionar que numa igreja tem que se estar em silêncio, não mascar pastilhas, o barulho das crianças, não falar muito alto quando se está à porta da igreja (se calhar ele já prevê que após esse comentários as pessoas decidam abandonar), etc.. Ou seja, tudo o que não esteja previsto no livrinho para o casamento não é bem vindo. Ainda me interrogo como é que ainda está este padre na igreja, porque quanto soube, este não é o primeiro casamento em que ele age assim!!! E imagino que deve ser assim em todas as missas, o que vai conseguir fazer que apenas as “beatas” passem a ir à igreja, porque um jovem que vá à igreja fala sempre um pouquinho com a pessoa que está ao lado e não é desrespeitar Deus!!! Como estamos na geração “à rasca” deve ser também a geração “não presta”!!! Com padres destes, deixa de haver incentivo para ir à igreja...

Claro que o padre foi alvo de criticas e foi completamente desmotivante para os presentes que, a pouco e pouco foram abandonando a igreja lá para fora e ficar a conversar.

Depois da cerimónia, à saída da igreja, lá vem aquele ritual de mandar pétalas de flores e arroz para cima dos noivos. Estes ainda tentaram sair com o véu da noiva (efeito preservativo gigante) mas ao chegarem cá fora foi-lhes logo retirado essa coisa de modo a acertar mesmo com o arroz na cara e para dentro do fato e do vestido.

Após a sessão fotográfica arrancamos para o almoço numa quinta na Arruda dos Vinhos. Um petisco muito bom logo à entrada e com um dia maravilhoso era convidativo para que tudo corresse bem.

Após nova sessão fotográfica, daquelas características com todos os convidados, um a um ou em agregados familiares, chega a altura de seguirmos para dentro da sala e dar arranque ao almoço desejado. Estava tudo muito bom com excepção de algumas partes do serviço dos empregados. Faltou aquela delicadeza de se servir primeiro as senhoras, o que nos calhou na mesa, não! Foi servido tudo a eito e nós é que tínhamos que avisar que estávamos a ficar sem bebida para então ser reposta.

Como é costume português, decide-se sempre entre os amigos fazer umas brincadeiras no carro que os recém-casados iriam sair do copo de água. Este pensou que se safava e não levou o carro para a quinta. Tivemos que encontrar uma alternativa para a brincadeira. Como havia um hipermercado perto, lá fomos nós às compras e adquirimos uma série de “ingredientes” para dar início à brincadeira sobre o noivo...

Chamámos o noivo para sair do recinto festivo, e dentro da casa de banho demos início ao festival. Tenho a dizer que o noivo foi muito participativo e não refilou com tudo o que lhe estavam a fazer!! Desde pintar as unhas, lábios e cara, ao vestir umas cuecas fio dental, umas socas e um avental e um preservativo na cabeça, assim o levámos perante todos os convidados da festa!!! Verificou-se um ar de admiração entre todos os convidados e uma série de risos quando o noivo entrou na sala mas como estava tudo bem disposto, e assim é que tinha de ser, todos entrámos na festa ao ver o noivo a dançar de tanga.












Lá chegou a hora de seguir para casa e ir descansar pois no dia seguinte tinha a minha viagem de regresso para Luanda. Despedi-me em grande de Portugal com um casamento de arromba e voltei para Luanda.